segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O ENIGMA DE CUKURS.


Antes de apresentarmos os dados colhidos sobre o acontecido a Herberts Cukurs,é necessário se fazer um resumido relato de sua vida para ser mais inteligível ao investigador a real motivação do fato ocorrido.
Herberts Cukurs nasceu na cidade de Liepaja,na Letonia,em 17 de maio de 1900.
Em 1916,aos 16 anos,ingressou como voluntario nas forças armadas de seu pais,durante a guerra de libertação do jugo alemão que já durava 700 anos.Aos 19 anos,já ocupava o posto de Tenente,tendo ganho quase todas as condecorações militares por bravura em defesa de sua pátria.Acabada a guerra,em 1919,com a Letonia livre,ingressou na escola de oficiais da aeronáutica recém criada.Em 1922 concluiu o curso militar.
Apaixonado por aviação,passou a estudar sozinho os segredos da aerodinâmica,e já em 1923,construía em sua casa,o seu primeiro avião classificado como C-1 (Cukurs 1).
Para se ter uma idéia das qualidades desse avião,vamos fazer uma ligeira comparaçpão com outros construidos na época,e para tal citaremos o livro “Tratado sobre aviação” do engenheiro alemão Dr.Von Langsdorf,publicado em 1926,pela editora H.Bechold Verlag,em Frankfurt.Este livro sobre tudo que havia sido feito no mundo em termos de aviação.Aviões tipo esporte,é o que nos interessa no caso.Citaremos aviões de diversos países,as firmas construtoras,as potencias dos motores e a velocidade alcançada com os mesmos.
Holanda-
A Fokker,firma que posteriormente se instalou no Brasil,construiu uma aeronave com as seguintes características:
Motor-Rolls Royce-360 hp, velocidade 167 km/h.
Italia-
S/A Aeronautica Ansaldo
Motor-Fiat 300 hp,velocidade 200 km/h.
Inglaterra-
Vickers ltda,
Motor-Napier 450 hp,velocidade 190 hp/h.
Estados Unidos da America-
Boeing Airplane Co.
Motor-Wright 200 hp,velocidade 167 km/h.
Columbia Aircraft Corporation
Motor Anzani 90 hp,velocidade 144 km/h.
David Douglas Co.
Motor Liberty 400 hp,velocidade 160 km/h.
Curtiss Airplane and Motor Co.Inc.
Motor Liberty 400 hp,velocidade 160 km/h.
Letonia-
Herberts Cukurs-C-1
Motor Harley Davidson(Motocicleta)9 hp,velocidade 103 km/h.
Notem a diferença da relação potencia e velocidade dessas aeronaves.
Engenheiros de vários países estiveram na Letonia para conhecer o construtor e seu avião.Observe-se que os aviões aqui citados eram fabricados por firmas,que ate os dias de hoje,são símbolos na aviação mundial,e Herberts Cukurs,sem ser engenheiro na época,havia sozinho construído seu próprio avião,que pela proporção de potencia empregada por seu motor,superava proporcionalmente ao desempenho de todas as outras aeronaves
Em1926,Cukurs construía o seu terceiro avião ,com um motor obsoleto,recuperado da sucata da aeronatica,fabricado em 1914,um Renault de 80 hp.Com esse motor,seu avião atingia a velocidade de 187 km/h.Foi com esse mesmo avião,que em 1933,Cukurs realizou um reid(Voo de longa distancia)pela Europa e Africa,percorrendo um total de 19.342 kilometros.
A cerca desse avião,a imprensa parisiense se manifestou dessa forma:
“Como se pode constatar,se o motor do letão Herberts Cukurs é ligeiramente pré histórico,o seu avião entretanto tem as linhas modernos e desempenho invejáveis aos mais belos protótipos de todo o mundo”.
Em 1936,Cukurs construía o seu sexto avião equipado com um motor Gipsy de 135 hp,que desenvolvia a velocidade de 260 km/h,atingindo 7.000 metros de altitude ,com autonomia de 10 horas de vôo.Com esse aparelho Cukurs fez em 1937 um vôo ao Japão,num total de 40.045 km.
Poe esses feitos como piloto e construtor,foi apelidado pela imprensa européia de “Latvian Lindenberg”.
Considerando-se que a Letonia é um pequeno pais,quase desconhecido no mundo,e a grande repercução positiva alcançada por Cukurs em seus vôo,pela mídia internacional,fez com que seu pequeno pais se tornasse conhecido,e muitos divulgavam nas reportagens,os costumes,cultura,etc...
Esse também foi um dos fatores para que o governo letoniano lhe concedesse as maiores honrarias que alguém possa ter recebido em tempos de paz.
Cukurs era tão popular na Letonia,como Pelé aqui no Brasil.
Em 1938,Cukurs fez algumas modificações em seu C-6,e o transformou num protótipo de bombardeiro,que após testes,foi homologado pelas autoridades aeronáuticas militares letonianas.Em 1939,Cukurs recebeu encomenda do governo leto,de varias unidades dessa aeronave,que seria fabricada em serie,mas irrompeu a guerra,e já em 1940,a Letonia era ocupada pelos exércitos russos ,pondo fim a esse projeto.
Alem das atividades aeronáuticas,Cukurs também era jornalista,e escritor,tendo publicado três livros.O primeiro descrevia a sua viagem a Africa,o outro,sobre a viagem ao Japão,e o terceiro,era um livro de ficção,em que eram apresentadas armas do futuro,como aviões supersônicos,com desenhos que se assemelhavam aos mais modernos aviões de hoje,foguetes teleguiados,idênticos aos que conhecemos nos dias de hoje.Esse livro contavaa historia de um pequeno pais,que combatia a invasão de outro imensamente maior,e se saia vitorioso,devido ao uso dessas armas,modernas para a época.
Em 1940.quando os russos invadiram a Letonia,consideraram que esse livro tinha sido escrito,imaginando a Russia como sendo o tal inimigo,imensamente maior,os comunistas então confiscaram as edições,retirando inclusive os exemplares que se encontravam em bibliotecas.
Nesse período,o vice ministro da aeronáutica russo,expediu ordem para que Cukurs fosse conduzido a Moscou,e fazer projetos de aviões de combate.
Em junho de 1941,os alemães atacaram os russos nos países Balticos,e para obter ajuda,prometeram aos letonianos liberdade.Cukurs organizou na região em que vivia,em Bukaisos,distante 80 km da capital Riga,um grupo de voluntarios,”partizans”,que em ataques furtuitos aos russos,lhes impôs severas baixas.Esses combates duraram ate 15 de julho,quando as fronteiras já estavam livres da ocupação russa e houve o desarmamento e desmobilização dessas organizações para militares letãs,pelos alemães.
Em 1944,com a derrota dos exércitos alemães na frente russa,muitos letonianos,querendo fugir das atrocidades comunistas,fugiram para o exterior.Cukurs,com sua família se deslocou para a Alemanha,onde foi convidado a trabalhar como construtor supervisor,na famosa fabrica de aviões Bucker Flugzeugbau,em Bradenburgo.
Em princípios de 1945,quando os soviéticos de novo estavam próximos,Cukurs mudou-se para a França,indo residir em Marselha,onde já era pessoa conhecida,e la residiu durante 9 meses.No fim de 1945,procurou o consulado brasileiro,solicitando visto de entrada no Brasil,como refugiado político,de profissão engenheiro aeronáutico.
Após os tramites legais obteve a permissão brasileira,dependendo apenas da autorização das autoridades britânicas que controlavam em nome dos aliados,a saída de todas as pessoas da Europa.
Teve sua documentação examinada então por essas autoridades e recebeu o ‘Laisse-Passe”,em fevereiro de 1946.Dai partiu para Barcelona,onde embarcou com seus familiares no navio ‘Cabo da Buena Esperanza”,com destino ao Brasil,onde desembarcou no Rio de Janeiro em pleno carnaval,no dia 5 de março de 1946.
Seus únicos recursos disponíveis ao chegar no Brasil,foram obtidos com a venda de uma maquina fotográfica “Leika”,modelo especial,que havia lhe sido presenteada,pela própria fabrica da Leika,com a dedicatotia gravada:
“Da fabrica Leika ao piloto e jornalista Herberts Cukurs”.
Com esses recursos iniciais,Cukurs começou a trabalhar na CNNC-Organizações Henrique Lage,como projetista de aviões,mas pouco tempo depois essa firma acabou encerrando suas atividades.
O currículo de Cukurs,lhe permitiu que em seguida fosse trabalhar no Aero Clube do Brasil. restaurando diversas aeronaves ali hangareadas.
Nesse ínterim,Cukurs nas horas vagas,idealizou e construiu alguns barcos a pedal,que para aumentar os rendimentos da família,eram alugados nos finais de semana,primeiramente em Icarai,depois na Urca,e finalmente na Lagoa Rodrigo de Freitas.
Em 1948,a imprensa já explorava as atividades pitoresca de Cukurs,em reportagens elogiando as atividades dos barquinhos e a vida aventurosa de seu proprietário.Por duas vezes,O Cruzeiro publicou amplas reportagens sobre o negocio e o homem,tornando dessa forma Cukurs,pessoa bem conhecida no Brasil.
Mas a tranqüilidade desase letoniano durou pouco,e em 1º de julho de 1950,patrocinadas pelas federações israelitas brasileiras,estouravam em todos os jornais do Rio de Janeiro,as campanhas difamatórias e mentirosas contra a figura de Herberts Cukurs.As acusações eram de que se tratava de um criminoso de guerra foragido do Tribunal de Nurenberg,responsável direto pelo extermínio de milhares de judeus,Essas manchetes sangrentas iam aumentando de acordo como iam sendo vendidos os jornais e chegou-se ao cumulo de acusar a filha de Cukurs,na época com quinze anos e na época da guerra com seis anos de ser comandante de grupo de execução da juventude nazista.
A campanha difamatória na imprensa foi de estardalhaço,a maioria das assembléias estaduais pedia a extradição do homem,mas ninguém nunca quis ouvir a sua defesa.
O D.O.P.S. orgão onde Cukurs se apresentou expontaneamente,logo que iniciou-se a campanha,depois de estudar as acusações,chegou a conclusão que eram forjadas.
O ministério da justiça,pela pressão dos deputados ,exigiu que o Itamarati,averiguasse no exterior,o que havia sobre o caso.Apos as informações colhidas no exterior,o Ministerio da Justiça,em 1951,após um ano de investigações,emitia.pelo seu pareceirista,no processo de numero 27996/50,entre outros pareceres o seguinte:
“Ficou provado que Herberts Cukurs não é um criminoso de guerra.É necessário averiguar-se qual o verdadeiro intuito das Federações Israelitas nessa campanha”.
Essa mesma campanha também foi aproveitada na época pela imprensa comunista,que publicava os seguintes cabeçalhos:
“Protegido de Dutra,o carrasco nazista”.
“O espião iankee é protegido pelas autoridades”

E as Federações Israelitas,mesmo depois do parecer do Ministerio da justiça,por seus órgãos de imprensa,e através de matérias pagas,continuavam suas campanhas de difamações .Essas federações,órgãos de interesse estrangeiro,chegavam ao atrevimento de publicar:
“As forças armadas e Dom Jaime Camara protegem o carrasco nazista”.Essa campanha realizada na época e atribuida a “brasileiros”,teve na realidade por mentores 3 estrangeiros,que inclusive se utilizavam de falsa qualidade,quando em petições judiciais.
A campanha de difamação contra nossa Patria foi tamanha,pois repercutia na imprensa internacional,como se o Brasil e suas autoridades,dessem guarida a criminosos de guerra.Fez com que em 1950,na ONU,por intermédio do Comite judaico mundial,fosse pedida a extradição de Cukurs.E foi esse mesmo Congresso mundial judaico,que patrocinou toda a campanha de calunias,investindo na época US1.200.000,mas arrecadando em contra partida mais de 6 milhões de dólares.Os recortes de jornais,os órgãos de imprensa a que nos referimos e uma volumosa documentação encontra-se bem arquivada e guardada.
A maquina que moveu campanha contra Cukurs,é uma engrenagem internacional de subversão,que deveria ser investigada por quem de direito.A atuação dessa organização no Brasil,se bem investigada,esclareceria muitos dos graves problemas que nos afligem,e enquanto essa atividade não for reprimida,todos os esforços para o equilíbrio,tanto econômico como de segurança do pais,serão infrutíferos.
O caso Cukurs,para essas organizações é muito insignificante,dentro do que significou a sua atuação em outros setores da vida nacional.Vai da corrupção para o enfraquecimento da resistência moral,da condução ideológica para a subversão,do debilitamento econômico e do aniquilamento do pais,promovando assim a derrocada da nação.
O pior de tudo é que essa organização não trabalha só,pois age em ligação direta,mesmo que pareça antagônica,com as atividades comunistas.
Mas o que nos levou no contato com os senhores é o caso especifico de Herberts Cukurs,e por isso deixaremos de lado esse outro aspecto,que não sabemos o quanto lhes possa interessar e voltemos a origem desse nosso trabalho.
A campanha contra Cukurs durou um ano ainda e depois serenou.Em 1955,Cukurs transferiu-se para a cidade de Santos,onde começou a explorar vôos turísticos com dois hidro aviões que comprou danificados e recuperou para vôo.
Em 1958,transferiu-se para São Paulo,onde começou a operar na Represa de Guarapiranga.
Tudo ia bem,quando em 1960,com o rapto de Eichmann,recomeçaram as campanhas de difamação na imprensa paulista.
Nesse período,aproveitando um velho motor de avião que possuía,projetou e executou o primeiro barco sobre hidro-folios no Brasil.
Em 1962,como ex-militar e engenheiro,baseado em suas pesquisas sobre hidro-folios, Herberts Cukurs projetou um submarino militar de ataque para um tripulante,que poderia desenvolver alta velocidade submerso,ou com a ajuda dos hidro-folios deslizar velozmente pela superfície.
Após meses de trabalho e de planos,centenas de cálculos,exames e desenhos,finalmente o projeto estava pronto.
Amigo pessoal de um ilustre almirante da Marinha Brasileira,Cukurs foi procura-lo e lhe apresentou o seu projeto.Infelizmente o Almirante havia sido transferido para a reserva e desligado de suas funções mas recomendou que Cukurs procurasse dois oficiais de nossa marinha,que após ouvir o que Cukurs lhes tinha para contar,durante um período de no maximo dez minutos,deram-lhe o veredicto de que o projeto não servia e era obsoleto,uma vez que a marinha só poderia se interessar por submarinos nucleares. Vou omitir seus nomes,para que continuem a permanecer no anonimato que a sua competência os relevou.
Se foram exatamente essas palavras,não sei,mas com certeza o termo obsoleto foi utilizado pelos nobres representantes tupiniquins.
Cukurs como militar combatente em duas guerras,e engenheiro,apenas lhes respondeu:
-“Hoje ainda se usa muita coisa obsoleta,assim como o carvão que é muito antigo,e ainda é muito utilizado”.”Vamos ver o que os americanos acham.Quem sabe ,isso realmente seja obsoleto”.(Isso ocorreu em 1962,e parece que hoje no século XXI ,talvez graças a pensamentos como o desses dois oficiais,ainda utilizamos as sobras “obsoletas”,o tal ” carvão” há muito ,descartado pelas outras marinhas estrangeiras.
Dias depois Cukurs procurou o Comandante Omohudro,da missão naval americana.Ao contrario do que fizeram os dois especialistas tupiniquins,esse Comandante,discutiu durante mais de 6 horas com Cukurs,e no final decidiu enviar o projeto para o Instituto de pesquisas da Marinha americana nos E.U.A.
Entretanto,por questões obvias,Cukurs omitiu dois detalhes “chave” sobre o projeto,que só seriam revelados posteriormente em caso de real interesse,dizendo:-“Se quiserem executar o projeto,dependerão de mim para tal.O segredo esta na minha cabeça”.
Algum tempo depois,o escritorio de pesquisas americano,enviou correspondência a missão naval,correspondência essaque Cukurs jamais tomou conhecimento,uma vez que já “desaparecido”,onde o inventor era cumprimentado pelos seus conhecimentos de engenharia,mas que haviam dois problemas “sem solução”,que provavelmente teriam fugido do conhecimento do inventor,e que inviabializavam o projeto.
Exatamente os pontos “omitidos” propositadamente,e cuja solução apenas Cukurs sabia,mas que não havia juntado ao projeto.O chefe da Missão Naval americana de então,o Almirante E.E.Collestock ,enviou ,então,uma carta a Cukurs,elogiando-o,conforme instrução recebida de seus superiores,mas,provavelmente,por delicadeza e para não melindrar o inventor,não fazia diferença às duas dificuldades de execução do projeto.
Se o tivesse feito,e Cukurs estivesse”presente”,com certeza esse pormenor teria sido esclarecido.Dessa forma,pela delicadeza do Almirante americano e pela precaução de Cukurs,esse projeto não saiu do papel “teoricamente”.
Quais eram as utilidades praticas desse submarino?
Ataque e defesa dos Portos e costa marítima.
Interceptar navios inimigos.
Patrulha de canais estreitos.
Patrulha anti-submarinos.
Patrulha de barcos cargueiros.
Custo baixo de construção.
Em 1963,Cukurs começou a ter contato com um engenheiro russo,que dizia residir há muitos anos aqui no Brasil.Esse engenheiro levou Cukurs a uma livraria em são Paulo,e por intermédio dessa livraria,começou a encomendar livros sobre náutica e aeronáutica,provenientes da União soviética.
Esses livros fizeram com que Cukurs afirmasse muitas vezes a seus amigos:
_”Como é possível que deixem sair da Russia tais obras,pois tem o supra sumo do que há nessas matérias”.
Nesse período Cukurs projetou um avião,monoplace,anfíbio,a jato o qual pretendia construir e oferecer à Marinha Brasileira.
Na época,.atraves do intermédio de Anesia Pinheiro Machado,a primeira dama da aviação brasileira,a FAB havia lhe oferecido duas obsoletas turbinas a gasolina.Essas turbinas foram oferecidas como experimento,mas quando Cukurs foi ao Rio para retira-las,alguns burocratas,colocaram impecilios,e as turbinas acabaram ficando no Rio mesmo,onde num futuro próximo,foram parar em algum ferro velho vendidas a peso de sucata. O projeto estava pronto,mas sem a turbina,nada poderia ser feito.Nessa época,Cukurs foi obrigado a manter contato com o engenheiro de origem russa de nome Nikolay Lebedev,que dizia ter experiência com a fabricação de turbinas.
Passaram então a fazer planos e cálculos para desenvolver duas turbinas pequenas.
Quanto a recursos financeiros,esse engenheiro garantiu que conseguiria.Assim se passou o ano de 1964, com Cukurs recebendo muita literatura técnica russa e tendo contatos no fim de semana com o engenheiro.Nessa época,Cukurs explorava com seus aviões e barcos,seu pequeno negocio de entretenimento espotivo, náutico e aeronáutico em Guarapiranga,São Paulo.
Em setembro de 1964,esteve nesse local,um senhor,que após realizar um vôo com Cukurs,disse-lhe possuir um negocio turístico na Europa,e desejava expandi-lo pela America do Sul.Achava muito interessante as atividades desenvolvidas por Cukurs,e propôs-lhe uma sociedade.Dizia-se austríaco,chamava-se Anton Kunzle,sua firma Anton Kunzle Associates,Investiments,situada em Rotterdam,com caixa postal 1539.Anton esteve dezenas de vezes,na casa de Cukurs e acabou amigo intimo da família.
Numa dessas visitas,propôs a Cukurs viajarem a Porto Alegre.Foram no dia 2 de outubro de 1964,regressando três dias depois.
Anton então fez o convite para irem a Montevideo.Viajaram dia 15 de outubro,regressando Cukurs uma semana depois sozinho,pois Anton prosseguiu viagem ate a Argentina,Chile,e depois Europa.Ficou-se acertado que no inicio de 1965,Anton regressaria para o Brasil,para organizarem definitivamente os negócios.
Em janeiro de 1965,Cukurs recebe uma carta de Anton,dizendo que nos primeiros dias de fevereiro,passaria pelo Brasil,e posteriormente se encontrariam em Montevideo.
Houve o encontro no Aeroporto de Viracopos,e de acordo com o combinado,Cukurs receberia um telegrama,dizendo quando deveria viajar para o Uruguai.
No dia 19 de fevereiro,recebeu o seguinte telegrama:”-VIAJE VARIG DIA 23”.
Nesse dia Cukurs embarcou para Montevideo,ali chegando as 14,30 horas.Não houve mais noticias de Cukurs.
No dia 7 de março,a policia uruguaia recebe de Bonn,Alemanha,uma comunicação de que num certo endereço,se encontrava o cadáver de um criminoso de guerra,de nome Herberts Cukurs,,executado por “Aqueles que nunca esquecem”.
Realmente a policia uruguaia foi ao local e encontro o citado cadáver,que logo concluiu ser de Cukurs pelos seguintes detalhes:
1º Um corpo em adiantado estado de putrefação era encontrado no endereço mencionado,conforme mensagem encaminhada por Bonn.
2º O corpo esta vestindo as roupas de Cukurs.
3º Sobre o cadáver,estavam jogados os documentos de Cukurs,a carteira modelo 19,carteira brasileira de habilitação,placa de piloto internacional,seu relógio,e uma pulseira de bronze.
4º As duas campanhas da imprensa efetuadas pelas Federações judaicas que resultaram nessa vingança.
5º A razão tecnica mais importante, as impressões digitais tiradas do cadáver em adiantado estado de putrefação e comparadas com as fichas existentes no Brasil que afirmaram serem idênticas.
A policia uruguaia tentou então recompor os acontecimentos,anteriores ao crime.Apos longas e minuciosas investigações e especulações,chegou resumidamente as seguintes conclusões:
Cukurs desenbarcou em Montevideo,as 14,30 horas,era esperado por Anton no aeroporto,e a partir daí se dirigiram ao hotel,seguindo imediatamente para o balneário de Carrasco,a fim de verem algumas casas que Anton pretendia comprar.Apos visitarem algumas casas,Anton e Cukurs se dirigiram para a ultima,e ao entrar,Cukurs percebeu a presença de 4 pessoas estranhas,que o atacaram.Sacou seu revolver,fez três disparos,houve uma luta corporal,e foi executado a golpes de marreta na cabeça junto com disparo de arma de fogo.
O corpo foi envolto em cobertas e colocado dentro de um baú,para tanto as pernas da pessoa forram quebradas a marretada,para que se acomodasse melhor no baú.
A policia uruguaia levantou a identidade dessas 4 pessoas,constatou a presença de um navio estrangeiro de bandeira desconhecida ancorada nas proximidades da praia em questão,chegando a conclusão que o mesmo teria a função de completar o seqüestro por vias marítimas.
A imprensa mundial se ocupou largamente do caso,como se o morto fosse realmente Herberts Cukurs.Devido a essas reportagens de alta repercussão mundial,os judeus conseguiram pressionar o parlamento alemão para que não houvesse a prescrição dos crimes de guerra que iria ocorrer em 1965,pondo fim a política de indenizações milionárias a que o governo alemão era submetido,pelos crimes de guerra cometido contra o povo judeu.
Anos depois,foi publicado um livro em vários idiomas,intitulado “A morte do carrasco de Riga”,onde o autor se intitulava agente do serviço secreto israelense,o Mossad,e narrava de forma ‘brilhante’ e nos mínimos detalhes,como foi realizada a única operação de caça a nazistas na qual o Mossad esteve envolvido.O governo israelense aproveitou a boa propaganda que o caso trazia a seu serviço secreto,que na época infelizmente andava meio desacreditado em face das “inúmeras trapalhadas” que cometera,assassinando por engano diversos inocentes avaliados erroneamente como culpados por crimes que jamais cometeram.Trapalhadas era o que não faltavam na época e esse livro veio a calhar como uma boa propaganda.
O que nos surpreendeu posteriormente em nossas investigações,foram certos pormenores que foram aparecendo e passaram desapercebidos pela policia uruguaia:
1º Estavam todos os documentos de Cukurs,menos o seu passaporte.
2º Todos os objetos pessoais,menos seus óculos.
3º A pulseira de bronze,que Cukurs usou por mais de trinta anos ,e que jamais tirou,de tão firme que era,jamais poderia ter lhe caído do braço,mesmo em combate mortal.
4º Posteriormente,lendo a autopsia ,o cadáver apresentava dois antigos e profundos ferimentos,um na sola do pé,e outro na axila,que com certeza lhe dificultaria o movimento do braço,ferimentos esses que Cukurs jamais teve.
5º Meses depois,quando o corpo foi cremado,e em outubro de 1965,quando o filho mais velho de Cukurs foi retirar as cinzas de seu pai,o delegado de policia Uruguaia Alexandro Otero,lhe entregou um pacotinho com 9 dentes postiços,dizendo:-“son los dentes de su padre”.
Cukurs nunca teve dentes postiços,de toda a familia, incluindo os filhos era o que tinha a dentição mais forte e perfeita.
A autopsia apresentava um total de 22 dentes naturais e Cukurs tinha 29,conforme fixas dentarias de seu dentista particular.
6º O crematório uruguaio se encontrava desativado há vários anos.
7º O diretor do serviço secreto israelense Mossad na época era Isser Harel ,judeu russo de origem letoniana, havia emigrado para Israel assim que esse estado foi criado,e categoricamente afirmou que o Mossad não esteve envolvido na morte de Herberts Cukurs,pois tinham missões muito mais importantes a cumprir.
8º A Interpol,pouco tempo depois afirmava que o corpo encontrado não seria o de Herberts Cukurs.A mesma Interpol se negou a colaborar com a policia uruguaia afirmando que era um caso político e fugia de sua alçada.
9º A policia uruguaia recebeu pressões políticas para que o caso fosse encerrado e consequentemente as investigações idem.
Partindo-se da suposição que o cadáver encontrado não era o de Herberts Cukurs,então de quem seria?
Partindo-se da suposição que o objetivo da missão seria o de seqüestro,uma vez que ate um navio suspeito de bandeira estrangeira estava ancorado nas proximidades,Cukurs ao se ver emboscado,reagiu sacando sua pistola e por lógica deve ter atirado primeiro em Anton,que o havia traído,e nesse ínterim foi dominado pelos seus oponentes.
O cadáver então seria de Anton,e não de Cukurs. Chegamos a essa conclusão por dois motivos:
1º O volume de peso,medidas e altura entre Anton e Cukurs eram idênticos.
2º Anton não regressou mais ao hotel,para retirar seus pertences,e o carro alugado por ele não foi mais devolvido a agencia e sim abandonado em uma praça em Montevideo.
Outro pormenor,que nos pareceu estranho foi que a noticia do assassinato de Cukurs só tenha sido divulgada 13 dias após o ocorrido.Ou era para dar tempo aos implicados de sumirem,o que era demasiado tempo,ou para que o estado do corpo ficasse de tal forma decomposto,que fosse impossível uma identificação(o que realmente acabou ocorrendo,pois foi impossível de ser feito esse reconhecimento na época),ou finalmente,para que houvesse tempo suficiente para realizar a contento o rapto,principalmente se o mesmo ocorreu via marítima conforme suspeita dos delegados uruguaios.
Dessa forma,se o objetivo inicial foi o de rapto,sobrando o cadáver inesperado,era lógico que se fizesse parecer como se fosse o de Cukurs.Tendo ocorrido um acidente de percurso inesperado,e aparecendo o cadáver de Cukurs,,desapareceria toda a origem e vestígios desse rapto.Um crime seria a coberta perfeita de outro.
Partindo-se das conclusões acima,Cukurs estaria vivo,e tinha sido raptado.Mas por quem?Pelos judeus?
Não parece lógico,pois se assim o tivesse sido,com toda a certeza não perderiam a oportunidade de tirar proveito com um julgamento espalhafatoso,como foi o de Eichmann.
A quem mais poderia interessar a presença de Cukurs vivo?
Procuramos então recompor todo o trajeto e suas ligações:
1-Houve um contato com o engenheiro russo.
2-Literatura técnica confidencial russa chegava as mãos de Cukurs.
3-Cukurs era piloto,construtor e projetista de aviões amplamente conhecido na Russia.Durante a ocupação soviética na Letonia.ja havia sido convocado pelo vice Ministro soviético para realizar projetos de aviões de combate.Então,no conceito sovietico,não seria Cukurs um técnico de mérito?
4-Houve um projeto de submarino de combate inédito oferecido a Marinha Americana,mas cujo funcionamento dependia da presença de seu inventor.
5-A correspondência de Cukurs vinha sendo violada,constantemente em certos envelopes.
6-Se Cukurs interessou aos russos já em 1940,como engenheiro projetista,não poderia interessar novamente agora,se soubessem do projeto do submarino?
7-Houve um projeto de hidro-avião a jato,de treinamento avançado,que iria ser apresentado para a Marinha brasileira,no qual o engenheiro russo prometeu disponibilizar conhecimento técnico e recursos,no desenvolvimento de turbinas pequenas,uma vez que a que iria ser utilizada inicialmente,por questões burocráticas acabou sendo inviabilizada.
8-Guerra fria entre Russos e americanos,na época atingindo o seu clímax,ocorrendo a atuação significativa do serviço secreto e de espionagem,de ambas as partes,principalmente no tangente a projetos secretos de armamentos bélicos.
9-Notamos que alguns envelopes antigos e mais recentes foram censurados.Cukurs era assinante da caixa postal 22.527,na agencia de correios em Santo Amaro,São Paulo.Examinando as caixas mais próximas,acabamos descobrindo que a chave de Cukurs também abria a caixa continua a esquerda de numero 22517,pertencente a um imigrante húngaro,de nome Ladislaus Bognar.Fato muito estranho,que a mesma chave servisse para duas caixas postais vizinhas.Se não fosse uma
grande coincidência,talvez fosse a chave do enigma.
Conclusão:
Baseados na autopsia emitida pelos técnicos uruguaios,baseados no DNA das cinzas apresentadas como sendo as de Herberts Cukurs,e que cientificamente comprovam que não são os restos mortais de Cukurs,e sim de algum desconhecido,podemos afirmar que Cukurs não foi assassinado em Montevideo,no Uruguai.A intenção de apresenta-lo como morto,foi unicamente para que não fossem realizadas outras investigações.
Pouco tempo depois do anuncio do assassinato de Cukurs,houve uma tentativa de seqüestro do seu filho mais jovem,na época com 10 anos de idade,frustrada com a intervenção imediata de populares,que acabaram afugentando o casal de seqüestradores estrangeiros.A quem poderia interessar tal seqüestro?Sera que o intuito desse seqüestro não seria uma tentativa de coação para obter total colaboração por parte de Herberts Cukurs?
Por que Gad Shimron,jornalista judeu escreveu o Best Seller ,publicado em vários idiomas,intitulado “A morte do carrasco de Riga”,onde retrata com detalhes a forma como o “suposto autor” do livro Anton Kunzle,descreve o plano executado pelos agentes do Mossad que acarretou a suposta morte de Herberts Cukurs?Se não foi o Mossad o autor do assassinato de Cukurs,quais seriam as explicações pelo estelionato histórico que esse jornalista judeu aplicou na opinião publica mundial?
Na versão letoniana desse livro,houve a participação do Historiador letão,na epoca diretor do museu de guerra ,Uldis Norbugs,cujos comentários técnicos,provaram ter o autor total desconhecimento dos reais fatos ocorridos na Letonia,e o livro que se intitulava como de teor histórico se revelou uma fraude,que alias,ate hoje é vendido em todo o mundo.Mais um estelionato,visando o lucro fácil.E pior,o governo israelense,apesar de Isser Harel,chefe do Mossad,na época ,ter negado veementemente a participação de seus agentes na ação,aproveitando da boa propaganda que isso acarretou,para seu já tão criticado incompetente serviço secreto,acabou assumindo erroneamente a autoria do fato.E mais,outros autores ,como Eric Franttini,escritor espanhol,em suas publicações de “teor histórico DUVIDOSO” continuam a passar adiante essa farsa dos “Feitos heróicos” desses agentes secretos,divulgando e alardeando a competência dos mesmos baseado em mentiras escritas por outros autores de competência duvidosa como ele próprio.
E agora?O que aconteceu com Herberts Cukurs?
Teria sido sequestrado por comunistas?
Teria sido seqüestrado pelos americanos?
Por algum alienígena?
Ou morreu de velhice,se divertindo com a incompetência de todos aqueles que estiveram envolvidos no “Enigma Cukurs”, o grande estelionato aplicado contra a opinião publica mundial,pelo povo eleito.
Talvez algum dia tenhamos a resposta a essas questões...

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