quarta-feira, 7 de maio de 2008

O GRITO POR JUSTIÇA.

O grito por justiça.

http://www.latvians.lv/modules/altern8news/article.php?storyid=49

O aviador da Letônia Herberts Cukurs.


Agradeço a todos os letonianos de coração,que lutam para defender o nome da Letônia,e do meu pai,capitão aviador Herberts Cukurs.
Devo reconhecer que nesses últimos longos anos,nada mais esperava nem da Letônia nem dos letonianos,mas quando saiu o livro do historiador Edvins Bruvelis,”Latvijas Aviacijas vesture”(A historia da aviação letoniana),fiquei muito entusiasmada,que pelo menos uma pessoa,reconhecia o seu alto valor tanto como aviador,quanto como pessoa.Hoje posso avaliar a coragem de vocês,verdadeiros heróis,para lutar contra as forças do mal,que não tem respeito aos verdadeiros valores,nem a honra,nem a família,nem a vida,cujo único Deus é um saco de dinheiro.
Quando em 1950,se iniciaram os ataques dos judeus contra meu pai,tão horríveis,e tão cheios de mentiras,então o governo brasileiro,através do Ministério da justiça e do Ministério das relações exteriores,o Itamarati,tomaram informações junto a paises estrangeiros,Inglaterra,França,Rússia ,EUA,e Israel,sobre o passado regresso de Herberts Cukurs que havia imigrado com autorização brasileira,e a resposta unânime foi a de que nada havia contra ele.
Como os judeus não se contentaram,e os ataques continuaram,por mais de 10 anos,novamente a justiça brasileira colheu informações no exterior,e a resposta foi absolutamente a mesma.
Quando ocorreram os ataques físicos,contra Herberts Cukurs e sua família,a policia brasileira prendeu algums desses agressores,e os levou para a delegacia,e devido a esses ataques,foram colocados dois policiais armados,que davam segurança a casa da família.Meu pai agradeceu a proteção mas dispensou-a.
Então a policia brasileira lhe forneceu autorização para utilizar arma de fogo para garantir sua segurança e de familiares,porte de armas.
Herberts Cukurs,sempre que acusado,pedia,inclusive através dos jornais,que pudesse ser julgado,e se alguém tivesse alguma prova de sua real culpa,então que a apresentasse.Nunca ninguém apareceu com as tais provas.Cukurs sabia bem,que diante de um tribunal honesto,poderia facilmente provar sua inocência,mas diante de difamações e boatos jogados ao ar,ninguém pode se defender.
O seu grito antes da morte,”Deixe-me falar”foi aquele que ele sempre quis,mas que nunca quiseram ouvir,e nem agora o querem.
Esse foi um grito de sua alma,por JUSTIÇA,que esta ecoando em algum lugar entre o Céu e a terra,e tem pessoas que com certeza o estão ouvindo.
Quando a Letônia finalmente se tornou independente novamente,muitos amigos nossos,brasileiros disseram;-Agora o governo letoniano vai esclarecer tudo,e o nome de seu pai será limpo.Esses brasileiros acreditavam na inocência de meu pai,sempre foram solidários com nossa família,e com ele,e se mostravam indignados diante de tantas calunias jamais comprovadas.
Eu nada tinha a responder.Minha terra,meu povo,o governo da minha pátria,estavam quietos,como se acreditando nas mentiras judaicas.O coração da minha família sangrava.Somente Deus estava do nosso lado,nos dando proteção e forças para lutar pela justiça.Agora,com alegria,vejo que o povo leto acordou,e não esqueceu Herberts Cukurs,e ele vive nos pensamentos de seu povo,que agora comprende a enorme injustiça da qual foi alvo.
A morte de Herberts Cukurs foi a morte de um herói,ele lutou não apenas pela sua vida,mas lutou principalmente por justiça,e foram necessários 5 jovens e treinados terroristas judeus,para assassinar de forma covarde um velho aviador letoniano de 65 anos de idade.
Cukurs sempre se deu bem com todos os povos,que teve oportunidade de conhecer,tanto na África,Japão, Indochina e no Brasil.
Na sua ultima viagem antes da guerra,foi com minha mãe Milda,ao Egito,Síria,Líbano e Palestina.Foi em Belém terra onde nasceu e viveu nosso senhor Jesus Cristo,Jerusalém,e em todos os lugares onde Cristo tinha sofrido.Meu pai nunca nutriu ódio contra qualquer povo.
O que os judeus fizeram contra o povo leto em 1940,todos nos sabemos.Isso nunca poderá ser apagado de nossas memórias.Todos os povos tem pessoas ruins e traiçoeiras,mas também todos os povos tem pessoas boas e dignas.Um povo todo,não pode ser julgado em função dessas pessoas más.
Quando em 1950,começaram as difamações contra meu pai,ele chamou a mim e ao meu irmão mais velho Gunars.Eu tinha 16 anos na época,e Gunars tinha 18,e o pequeno Herberts Junior apenas 8 anos.
Nosso pai disse:-Eu fui um soldado,e lutei pela Letônia na primeira e segunda guerras,e nunca em momento algum matei algum judeu,por isso minha consiencia é limpa e tranqüila.”
O que Cukurs pensava sobre judeus eu posso testemunhar pessoalmente.No tempo de ocupação russa e alemã,nossa família vivia em Bukaisos,em nossa fazenda Lidonos,a qual meu pai havia ganho do governo leto por sua luta na guerra da independência.Riga e Liepaja naquela época eram locais perigosos devido a constantes bombardeios.
Certo dia,comecei a sentir fortes dores,e minha mãe assustada achou que eu estaria com inflamação de apendicite.Devido aos poucos recursos da região,meu pai então me levou para Riga,em um hospital,para que eu pudesse ser examinada.
Caminhava com ele,por uma rua de Riga,e meu pai usava uniforme de aviador letoniano.Iamos por uma calçada quando vimos um homem alto,esguio,caminhando pela rua,com roupas listradas,como as de um prisioneiro,com uma enorme estrela amarela,costurada.Eu tinha 10 anos de idade,e essa vestimenta me despertou grande curiosidade.Apesar de passar por nos com largas passadas,atras dele vinha uma carroça puxada por cavalos,em alta velocidade.Eu fiquei assustada,com medo que os cavalos o atropelassem gritei.-Por que ele não anda na calçada?A carroça poderia o ter atropelado.Quem é ele?
Nunca vou esquecer a resposta triste de meu pai:
-Essa é uma pessoa muito,muito infeliz.

Antinea Dolores Cukurs Rizzoto

Publicado na Letonia em 25 de Outubro de 2004

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